Reino Unido e mais quatro países sancionam ministros extremistas de Israel
Os países decidiram sancionar os ministros israelenses extremistas Itamar Ben-Gvir e Bezalel Smotrich por comentários considerados monstruosos sobre a Faixa de Gaza
Publicado: 10/06/2025 às 14:56

Ministro israelense extremista Itamar Ben-Gvir (Menahem KAHANA / AFP)
O Reino Unido, Austrália, Canadá, Nova Zelândia e Noruega decidiram sancionar os ministros israelenses extremistas Itamar Ben-Gvir e Bezalel Smotrich por comentários considerados como monstruosos sobre a Faixa de Gaza, pelos planos para destruir o território e pela violência aplicada para controlar novos assentamentos na Cisjordânia.
De acordo com os ministros das Relações Exteriores dos cinco países, Ben-Gvir, ministro da Segurança do Governo de coligação de Benjamin Netanyahu, e Smotrich, ministro das Finanças, são os alvos destas novas sanções por terem incitado à violência extrema e devido a graves violações dos Direitos Humanos dos palestinos. Ambos os ministros de extrema-direita ficam proibidos de viajar para estes países e terão parte dos ativos congelada.
Em um comunicado em conjunto, os cinco países apontam como terrível e perigoso que estes ministros israelenses defendam o deslocamento forçado de palestinos e o estabelecimento de novos assentamentos israelenses.
"Estamos firmemente comprometidos com a solução de dois Estados e continuaremos a trabalhar com os nossos parceiros para a sua implementação. É a única maneira de garantir segurança e dignidade para israelenses e palestinos e assegurar estabilidade a longo prazo na região, mas está ameaçada pela violência extremista dos colonos e pela expansão dos assentamentos. Nós vamos nos esforçar para alcançar um cessar-fogo imediato em Gaza, a libertação imediata dos restantes dos reféns feitos pelo Hamas, que não pode ter nenhum papel futuro na governação de Gaza, assim como um aumento na ajuda e um caminho para uma solução de dois Estados”, declarou o chanceler britânico David Lammy, juntamente com os ministros da Austrália, Canadá, Nova Zelândia e Noruega.
Estes governos afirmam querer, deste modo, responsabilizar os responsáveis pelas ações inaceitáveis. O Reino Unido e outros países ocidentais tentam aumentar a pressão sobre o governo de Tel Aviv.
Por outro lado, Israel já reagiu e condenou a decisão. “É ultrajante que representantes eleitos e membros do Governo sejam submetidos a esse tipo de medida. Discuti isto hoje mais cedo com o primeiro-ministro Netanyahu e vamos realizar uma reunião especial do Governo no início da semana que vem para decidir a nossa resposta a essa decisão inaceitável”, declarou Gideon Sa'ar, ministro das Relações Exteriores de Israel.
Já Smotrich, ao discursar na inauguração de um novo assentamento nas Colinas do Hebron, falou em desprezo pela decisão britânica. “O Reino Unido já tentou uma vez nos impedir de estabelecer o berço de nossa pátria, e não podemos deixar isso acontecer novamente. Estamos determinados, se Deus quiser, a continuar a construir”, disse.
Smotrich aprovou a expansão dos assentamentos na Cisjordânia e faz campanha contra a ajuda humanitária em Gaza, dizendo em maio que não permitiria que nem mesmo um grão de trigo entrasse no enclave palestino. Enquanto isso, Ben-Gvir visitou o Pátio das Mesquitas várias vezes e rezou no local, desafiando as regras em vigor do local, além de suas falas sobre Israel se concentrar na migração dos residentes de Gaza, controle permanentemente da região, incentivos e concordância ao bloqueio de ajuda humanitário, e também apoio a reconstrução de assentamentos judeus no território palestino sitiado.

