Gilson Machado ficará preso em cela separada em presídio superlotado
Secretaria de istração Penitenciária e Ressocialização informou que isolamento é para garantir integridade física do ex-ministro no Cotel
Mareu Araújo e Guilherme Anjos
Publicado: 13/06/2025 às 16:40

Ex-ministro do Turismo Gilson Machado foi transferido para o Cotel após prisão na manhã desta sexta-feira (13) (Foto: Sandy James/DP Foto)
Preso em operação da Polícia Federal (PF) na manhã desta sexta-feira (13), o ex-ministro do Turismo Gilson Machado (PL) ficará em cela separada no Centro de Observação e Triagem Criminológica Everardo Luna (Cotel), no município de Abreu e Lima, Região Metropolitana do Recife (RMR).
De acordo com a Secretaria de istração Penitenciária e Ressocialização (SEAP), o isolamento é para a “garantia da integridade física” de Machado.
O bolsonarista foi detido sob suspeita de tentar emitir um aporte português para que o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tenente-coronel Mauro Cid, deixasse o país. Ele é réu no “inquérito do golpe”, em julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF).
Após prestar depoimento, ele seguiu para o Instituto de Medicina Legal (IML) em Santo Amaro, na área central da capital.
Às 13h28, o ex-ministro foi encaminhado para o Cotel. Ao longo da tarde, o Diario de Pernambuco viu advogados do ex-ministro chegando ao local com sacolas, com objetos pessoais, travesseiros e lençóis.
Sobre o Cotel
Uma inspeção do Ministério Público Federal (MPF) no ano ado revelou que o Cotel enfrenta problemas de superlotação, deficiência de agentes penitenciários e escassez de materiais de limpeza, higiene e outros itens básicos.
Em dezembro de 2024, a unidade abrigava 3.956 presos, apesar de ter apenas 940 vagas em seus cinco pavilhões – uma lotação de 320% – e apenas 11 profissionais por plantão. Além disso, a vistoria constatou que o local detém membros de cerca de sete facções criminosas, incluindo o Comando Vermelho e o Primeiro Comando da Capital (PCC).
Depoimento à PF
Em depoimento à Polícia Federal, Gilson Machado afirmou que, de fato, entrou em contato com o Consulado Português do Recife no dia 12 de maio, mas apenas para solicitar um novo aporte ao seu pai, que possui cidadania lusitana.
“Nunca procurou qualquer pessoa, em qualquer consulado ou embaixada de Portugal ou de qualquer outro país buscando expedir aporte para Mauro Cid”, registra o depoimento.
Após ser orientado pelo ex-cônsul, Gilson teria enviado uma mensagem para uma funcionária do Vice-Consulado Geral no Recife para fazer o agendamento para o pai. Ele, no entanto, diz não ter ido ao local em pessoa.

